Partido da Cultura se articula em MT
Depois da economia, parece que a política rouba as atenções da classe artística. O Pcult já se faz presente em 25 estados, com exceção do Maranhão e Piauí
Cláudio de Oliveira
Da Reportagem
A cultura sempre torceu o nariz para a política. Este ambiente fétido era um lugar indesejável para a pureza e a aura da arte. Bobagem, é claro. Sem a política nada se constrói. Nada. Nem a cultura e é óbvio o amadurecimento da classe artística que vêm procurando meios de mostrar o seu valor. Perceberam que o viés econômico era vital e a partir dele inúmeros grupos de estudo mostrando o valor da cultura, seja como gerador de emprego e/ou renda, seja como contribuinte para o PIB, vide a importância do artesanato (estimada em 2% do PIB).
Depois da economia parece que a política roubou as atenções da classe artística. O Partido da Cultura (Pcult) que iniciou a partir dos movimentos culturais espalhados de maneira organizada pelo país já se faz presente em 25 estados, com exceção do Maranhão e Piauí. A priori, um partido da cultura soa como mais um nome para quem já têm tantos coletivos. Mas a intenção é boa e antes que citem a frase pronta vamos aos fatos.
Esta semana reuniram-se em Cuiabá por volta de cinquenta pessoas, segundo Pablo Capilé (Espaço Cubo e Fora do Eixo), para discutir em assembleia o que seria a proposta do Pcult. “A mobilização foi rápida. E nos surpreendemos com a participação. A ideia é formar uma grande plenária do Fórum Permanente de Cultura mobilizado pelo Pcult na próxima terça-feira, se possível, no plenarinho da Câmara dos Vereadores de Cuiabá”, antecipa Capilé.
Pablo explicou que o Pcult não é um partido propriamente constituído, pelo contrário ele é supra-partidário e pretende reunir pessoas de todos os partidos que tenham um compromisso com a cultura. “Hoje, por exemplo, temos uma situação atípica, pois os dois secretários de cultura mais importantes do estado, SEC e secretaria de Cultura de Cuiabá, não são pessoas da classe ou com histórico de atuação na área” lamenta Capilé que explica que isto não impede um bom trabalho mas sem dúvida limita o conhecimento das especificidades do meio.
Entre os que se fizeram presentes estavam representantes da Federação de Cururu e Siriri, da ABLOC - Associação dos Blocos de carnaval, da CUFA - Central Única das Favelas, Espaço Cubo, Artes Cênicas, da Literatura, do Audiovisual, jornalistas, conselheiros municipais e estaduais de cultura e dois dos candidatos ao governo além de candidatos a deputados estaduais. O evento foi transmitido ao vivo pela Tuitcam do Pcult MT em áudio e vídeo.
Na próxima reunião será fechada uma carta de propostas para ser apresentada a todos os candidatos. Ficou definido também que serão nove reuniões até as eleições, uma por semana. Todos os candidatos das majoritárias, com exceção do Silval Barbosa, já confirmaram presença. Entre os princípios defendidos pelo Pcult está a lista Tríplice para escolha de secretário e o comprometimento com o repasse de pelo menos 1,5% do orçamento para a área. Um dos mecanismos em discussão é a certificação com um selo especial que seria concedido aos candidatos comprometidos com a cultura. Deixamos uma sugestão: que tal esperar a ação para depois reconhecer o comprometimento?
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Partido da Cultura se articula em MT
Saiu esta matéria no Diário de Cuiabá:
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