Fonte: http://macondocoletivo.wordpress.com/2011/05/11/mesa-sobre-o-pcult-no-festivalsatolepcircus/
por macondocoletivo
Na tarde do dia 10 de maio, terça-feira, ocorreu a mesa de discussões sobre o Partido da Cultura, PCult, inclusa na programação do Festival Satolep Circus de Pelotas. O debate foi realizado no Bistrô da Secretaria de Cultura, Secult, e contou com a presença de músicos, produtores culturais, autoridades e integrantes dos coletivos Outro Sul e Macondo. Também estavam a produtora audiovisual Lamparina – responsável pela realização dos dois teasers do Festival –, e instituições como a CUFA, Central Única das Favelas, contabilizando cerca de 40 agentes no total.
Valdir Robe, Manoval, integrante do Outro Sul e da produtora Satolep Circus, organizações responsáveis pelo Festival, iniciou a conversa: “Esse momento simboliza que não somos entretenimento, somos movimento” e agradeceu a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que o Satolep Circus fosse produzido. Salientou que o momento é de trabalho, articulação, e lembrou conquistas, como, por exemplo, a da criação de um fundo municipal de cultura.
Manoval, terceiro da esquerda para a direita.
Em seguida, Mogar Xavier, superintendente da Secretaria de Cultura de Pelotas, noticia a transferência do prédio da viação férrea para a prefeitura, antes sob tutela do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e Monoval cita a realização do Macondo Circus 2010, promovido pelo Macondo Coletivo na Gare da Estação Férrea de Santa Maria.
Atílio Alencar, coordenador da Regional Sul do Circuito Fora do Eixo e integrante do Macondo Coletivo, inicia a fala reafirmando a parceira entre os coletivos de Santa Maria e Pelotas, de modo que a discussão presencial só vem a enriquecer o ambiente virtual, espaço no qual ocorre grande parte da tomada de decisões. Atílio comemora a quantidade de público presente: “Deve ser a quarta vez que participo de discussões em Pelotas e nunca enfrentamos uma plenária vazia. Temos um quorum muito qualificado”.
O Partido da Cultura, PCult
Leonardo Barbosa, coordenador nacional do PCult, e Santiago Neto, diretor do Instituto Estadual de Música (IEM), figuras importantes para o debate, não puderam estar presentes na ocasião. Atílio, portanto, tomou a frente e ressaltou o principal fundamento do Partido da Cultura, o qual não configura um partido propriamente dito: “É um movimento suprapartidário, acionador de agentes e partidos políticos que ocupam funções públicas”, disse.
O PCult surge nas campanhas eleitorais de 2010. Nasceu de uma articulação política do FdE, embora, hoje, esteja para além do Circuito ao atingir escala ampla de participação na sociedade civil organizada. Dessa forma, o Partido abrange todo e qualquer partidário da cultura (produtores culturais, artistas, público convencional).
O PCult e as políticas públicas
Políticas públicas não devem estar vinculadas a políticas partidárias e a cultura não pode estar à mercê de um guarda-chuva partidário. Como o PCult não possui comprometimento com grupos políticos, a busca pela solidificação de políticas públicas é tida como uma das prioridades do Partido da Cultura. “Estamos caminhando rumo a conferências nacionais e redes colaborativas para não perder o que está sendo produzido”, diz Manoval.
Dentre os pontos debatidos, a criação de políticas públicas efetivas de distribuição de recursos e a qualificação da cadeia produtiva da cultura foram os mais questionados. Atílio falou da importância da formação e capacitação de agentes culturais – já que tal incentivo caminha em direção à profissionalização de atores sociais – e a mesa relatou a dificuldade de encontrar empresas e pessoas interessadas em apoiar e dar suporte a projetos apresentados para o poder público.
“Eu sou roqueiro agora”, disse Mogar, amante do tradicionalismo gaúcho, em resposta à fala de Atílio sobre a estagnação de grandes movimentos, tal como acontece com o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Mogar complementa e diz que projetos não podem ser selecionados em prol de outros pela existência de vínculos e interesses específicos.
O debate
Adrian, que participava da discussão, comparou o PCult a um “cão de guarda” da ações políticas, ao mesmo tempo em que este se apresenta como um movimento propositivo de tais ações. Daniel Balhego, músico, propôs uma organização local de coordenação, de modo a agilizar as atividades e não permitir a dispersão do grupo interessado. Vitor Azubel, figura política de Pelotas, relembrou a importância de democratizar a discussão, resolver os problemas de modo coletivo e multiplicar os espaços de debate.
A mesa acabou se tornando uma reunião de trabalho. Pautou-se a necessidade de mapear parceiros, produtores e serviços a fim de integrar as organizações e grupos culturais ativos da cidade de Pelotas, de artesãos a músicos. Edson, integrante da CUFA, sugeriu reuniões ou seminários quinzenais com a plenária e com outras pessoas interessadas, as quais não puderam participar devido o horário comercial em que a mesa aconteceu. Por fim, uma nova reunião foi marcada. Será realizada no dia 20 de maio, sexta-feira, no mesmo local, Bistrô da Secult, às 18h.
A bandeira do Partido da Cultura começa a tremular na cidade de Pelotas.
Texto e fotos: Gabriela Belnhak
Um comentário:
Olá pessoal do Pcult!
Sou do coletivo Cardume, de Florianópolis - SC e estamos pensando em trazr uma formação com alguem do Pcult para breve. Com quem posso fazer essa articulação?
Abraços,
Rafael Vilela
Cardume Cultural
vilelaovilela@gmail.com
(48) 96316569
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